A cafeína é uma metilxantina (1, 3, 7-trimetilxantina) encontrada no café, chocolate, chás, refrigerantes de cola e em alguns medicamentos como: antigripais, analgésicos e inibidores de apetite. O conteúdo de cafeína varia enormemente, por exemplo: no café pode variar de 29 a 176mg/xícara, no chá de 8 a 107mg/xícara, no chocolate de 5 a 10mg/xícara e no refrigerante a base de cola de 32 a 65mg/360mL. É usada em todo o mundo como o maior estimulante do sistema nervoso, e quando usada em doses moderadas o efeito é benéfico, porém quando ingerida desapropriadamente estimula erroneamente o sistema nervoso, causando efeitos desagradáveis como insônia e irritabilidade.
Quando consumida em bebidas energéticas uma hora antes do exercício, em uma quantidade maior do que 5 mg/kg, a cafeína causa um efeito ergogênico no organismo. Tal efeito se da devido ao aumento da liberação das catecolaminas, elevação dos ácidos graxos no plasma e assim sua oxidação, tendo como resultado uma economia do glicogênio muscular. Dessa forma atrasa o cansaço.
Estudos demonstraram que a cafeína causa uma elevação na peroxidação de lipídeos de membranas e uma redução nas ações de enzimas antioxidantes como SOD e GSH-Px. Com isso pode provocar danos celulares em estruturas cerebrais, contudo nenhum estudo sugeriu mudanças nas ações da catalase. A cafeína pode também causar uma diminuição significativa dos receptores de adenosina (A1 ou A2).
Em 1970, os estudos relacionados a cafeína indicaram problemas típicos em sua relação com gestantes e em 1980 a FDA (Food and Drug Administration) orientou mulheres grávidas a não consumirem cafeínas durante a gestação. Em mulheres grávidas a meia vida da cafeína é aumentada, podendo permanecer circulando no organismo de 7 até 10 hs após a ingestão, enquanto em mulheres não grávidas o tempo de circulação cai para 2,5 a 4,5.
A cafeína atravessa muito facilmente a barreira placentária, passando assim substancias para o liquido amniótico, sangue do cordão umbilical e urina dos neonatos, podendo alterar a frequência cardíaca e respiração do feto. A cafeína pode interferir no crescimento e desenvolvimento das células fetais, pois grandes quantidades de cafeína administrada cronicamente tem a capacidade de inibir as ações da enzima fosfodiesterase, a qual é responsável pela degradação da adenosina monofosfato cíclica (cAMP). Isso ocorre pois o nível de cafeína aumenta na gravidez, já que os hormônios estrógeno e progesterona (hormônios metabolizados por enzimas do fígado, envolvidas na metabolização das metilxantinas) possuem ações antagônicas ao metabolismo da cafeína. Tais hormônios levam a uma diminuição de uma enzima hepática exclusiva (citocromo P-450), a qual é a responsável pela desmetilação da cafeína em adultos. Ocorrendo então o aumentando da concentração de cafeína no organismo.
Com o aumento das catecolaminas (principalmente a epinefrina), devido a ingestão de cafeína, o seu efeito vasoconstrictor pode influenciar no desenvolvimento placentário, o que da espaço para a ocorrência de diminuição do peso fetal, malformação do feto e diminuição da idade gestacional.
É correto dizer que a cafeína tem efeitos mutagênicos em seres inferiores e sistemas celulares simples, mas tal efeito em humanos ainda é incerto. Os estudos que mostram os problemas da cafeína na gestação ainda se encontram em divergências, porém a recomendação quase que geral é uma diminuição ou evitar totalmente o consumo de alimentos e bebidas que contenham cafeína durante a gestação.
Postado por Luana Barros
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